quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Moda como negócio: O Brasil que é fashion
País movimenta uma indústria bastante próspera na criação de roupas. E Santa Catarina tem bons exemplos no setorA moda é uma incógnita para muitos brasileiros. Alguns consideram pura futilidade as regras de um mercado que incentiva o consumidor a trocar as roupas do armário a cada seis meses. Outros acham que os desfiles são coisa de maluco e que os estilistas só levam às passarelas peças que ninguém usaria nas ruas. Mas a moda é mais que isso: é um produto direto da cultura de um país e movimenta uma indústria bastante próspera, com forte geração de empregos. E Santa Catarina tem bons exemplos neste mercado.
Um deles é a catarinense AMC Têxtil, dona de grifes como Colcci e Forum. Enquanto a Colcci é uma grife mais jovem, a Forum é voltada a um público consumidor adulto e com maior poder aquisitivo.
Mas o que une as duas marcas é o modo de fazer marketing. Ambas são representadas por duas das mais importantes modelos do mundo. A Colcci tem como garota-propaganda a top model Gisele Bündchen e a Forum faz suas campanhas com a britânica Kate Moss. O objetivo é chamar a atenção para as marcas e transportar ao máximo a imagem de glamour das musas das passarelas para as roupas.
Embora incipiente, a cultura de moda brasileira avança a passos largos. Pesquisa anual realizada pelo Global Language Monitor (empresa que monitora as palavras mais buscadas na mídia e na internet) aponta São Paulo como uma das dez cidades mais influentes para o mercado mundial de moda, ao lado de nomes como Nova York, Paris e Milão. Nos anos anteriores, a capital paulista não havia ultrapassado a 33ª posição do ranking. A mudança se explica, em parte, pela consolidação de um calendário fashion no país, que oxigena a produção e dá visibilidade às marcas.
Mercado de luxo está atento ao país
E os compradores estrangeiros estão de fato cada vez mais interessados nas roupas e acessórios produzidos por aqui. A Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), responsável pelo Projeto Comprador, que ocorre paralelamente à SPFW, trouxe 35 compradores internacionais na edição de junho. O número de pré-pedidos foi 25% maior do que na edição passada. Quem mais comprou foi o Oriente Médio e a Índia.
"O comprador quer produtos que fujam da massificação. São atraídos pelas matérias-primas naturais, pelas interferências manuais nas peças e pela sustentabilidade na produção" comenta Rafael Netto, diretor-executivo do Texbrasil, programa da Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecção (Abit).Lá fora, o Brasil se destaca pela moda festa, linha praia e lingerie. As matérias-primas naturais, como palhas e sementes, chamam a atenção no mercado internacional. Além de exportar moda, o Brasil é visto como o melhor mercado consumidor de vestuário entre os 20 países emergentes analisados por uma pesquisa da empresa de consultoria A.T Kearney."O país é muito promissor para investimentos em vestuário. É um dos principais destinos para os varejistas globais" garante Markus Stricker, vice-presidente da A.T Kearney na América do Sul.Para se ter uma ideia, em 2008 quase 20 marcas internacionais de luxo iniciaram suas operações no Brasil. Para os próximos cinco anos, a previsão é que mais de 50 marcas do setor abram lojas por aqui.Outro atrativo brasileiro está no fato de o país ser hoje um dos poucos a dominar todas as etapas do processo de produção, que vai do tratamento da matéria-prima, passando pela produção do fio e a elaboração de diferentes tecidos, com inúmeras tecnologias.
"A cadeia têxtil é muito longa e aqui se dominam todos os elos dessa produção" analisa Markus.
Um entrave, no entanto, é a qualidade da mão de obra. Estilistas encontram dificuldade em transformar a criação em peças de verdade.
"Temos de nos esforçar para fazer um produto com mais qualidade. A indústria de malha e roupa casual estão cada dia mais fortes, no entanto, temos de pensar num prêt-à-porter de luxo. Para isso, precisamos investir em maquinário, tecnologia e novos materiais" comenta o estilista Reinaldo Lourenço.
*Os textos aqui apresentados são extraídos das fontes citadas em cada matéria, cabendo às fontes apresentadas o crédito pelas mesmas.

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